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O edifício do século XIX, que mantém a fachada pós-pombalina e os elementos decorativos da época, existe na fronteira entre a cidade cosmopolita da Avenida da Liberdade e a autenticidade de um bairro lisboeta tradicional.
O projeto de recuperação, que teve em conta o contexto histórico e urbano, bem como a identidade original, é um portal entre o passado, o presente e o futuro, evocando o espírito visionário do Marquês de Pombal que, inspirado nos boulevards das grandes cidades europeias, mandou construir o Passeio Público.
Tal como no século XIX, quando caminhar pela avenida era um evento social para as famílias, os artistas e os visitantes estrangeiros, descê-la hoje em direção à Baixa e ao rio Tejo é ainda uma experiência genuinamente lisboeta, capaz de conjugar uma história de séculos e o estilo de vida de uma capital europeia aberta ao mundo.
A partir dessas deambulações, usando um marcador e sete peças côncavas de latão, o artista criou a cidade existente e imaginada, reproduzindo trajetos e fachadas, que se alteram consoante a perspetiva de contemplação do painel.
A obra tridimensional, uma joia onde a face da cidade foi desenhada, pode ser vista na entrada do próprio edifício, trazendo para o interior do número 21 da Barata Salgueiro o espírito dos tempos do bairro e da capital.
Arquiteto: Manuel Aires Mateus
Artista: Vasco Mourão
A Barata Salgueiro representa uma área total de intervenção de 4.540m2, repartidos entre escritórios, duas lojas e estacionamento.